Há muitas coisas que moldam quem somos e como vivemos, mas certas preferências se destacam na nossa vida pessoal. Estou falando daquele favorito que parece tão natural que nem percebemos o seu impacto direto em nossas escolhas. Para mim, um dos meus favoritos é a leitura.

Desde criança, os livros me fascinavam. Adorava ouvir histórias antes de dormir e logo aprendi a ler para poder descobrir mais aventuras. O hábito da leitura me acompanha desde então, mesmo com as mudanças de fases da vida. Na adolescência, saía da escola e ia direto para a biblioteca, buscando novos autores e gêneros. Na faculdade, descobri a poesia e a crítica literária, que se tornaram áreas de interesse acadêmico e pessoal.

Ao longo dos anos, a leitura se tornou mais que um hobby ou um interesse específico. Ela foi se transformando em um apoio emocional e intelectual, especialmente nas fases de transição ou de incertezas. Quando me mudei para outra cidade, os livros mantiveram a conexão com a minha casa anterior e com as pessoas amadas. Quando passei por um momento de doença na família, a literatura foi uma forma de escapar dos pensamentos tristes e encontrar outras perspectivas.

Meu favorito, portanto, não é apenas uma fonte de prazer ou de entretenimento. É uma companhia fiel que me ajuda a entender o mundo e a mim mesma. E como todo favorito, influencia minhas escolhas e decisões. Quando faço um plano de viagem, gosto de incluir visitas a livrarias ou bibliotecas locais. Quando penso em um presente para alguém, sempre considero seus gostos literários. Quando me deparo com um desafio, muitas vezes busco inspiração em personagens ou autores que admiro.

Mas essa influência nem sempre é positiva ou neutra. Como qualquer outra preferência, ela pode tornar-se um obstáculo caso se torne excessiva ou limitante. Por exemplo, já deixei de estar presente em socializações ou eventos simplesmente porque preferia ficar em casa com um livro. Já me senti julgada ou incompreendida quando as pessoas não compartilhavam meu gosto por certos livros. Já usei os livros como uma fuga, em vez de enfrentar problemas ou responsabilidades.

Reconhecer essas dificuldades é uma tarefa essencial para manter o equilíbrio e o autoconhecimento. Meu favorito não deve ser uma prisão ou uma obsessão, mas sim uma fonte de inspiração e aprendizado. Por isso, procuro sempre refletir sobre como estou usando a leitura e como posso usá-la de forma mais consciente e diversa. Busco ler autores de diferentes países e épocas, além de respeitar as opiniões diversas sobre a literatura. Também tento encontrar outras formas de expressão criativa, que me ajudem a explorar outras dimensões da vida.

Em suma, meu favorito na vida é a leitura, mas ele não é o único ou o mais importante aspecto da minha identidade. Cada pessoa tem seus próprios favoritos, que podem ser tão significativos quanto a minha leitura. E a reflexão sobre esses favoritos é uma maneira de conhecer-se melhor e de encontrar caminhos mais autênticos e felizes.